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Mais recentes Livros MIL...

"Silêncios magoados", vol. II, de José Rodrigues Antunes

MIL/ DG Edições, 2024, 808 pp.

ISBN: 978-989-35322-7-0

"Henrique Gabriel: Imagética do pensamento & pintura objectual de culto", de José-Luís Ferreira 

MIL/ DG Edições, 2024, 160 pp.

ISBN: 978-989-35322-8-7

Há muito que não via um objecto artístico tão interessante como este Imagética do pensamento & pintura objectual de culto, com pinturas e textos de Henrique Gabriel e José-Luís Ferreira.

Não sei qual admiro mais, se o imaginário denso e profundo da pintura, se a inteligência do simbólico do texto que a acompanha. Não sendo crítico de arte nem literário este foi um honroso desafio acima das minhas capacidades mas a que respondi de imediato pois o que me faltará em competência específica poderá ser suprido – hélas! – pelo entusiasmo justificado que espero manifestar neste breve prefácio.

Comecemos pela obra pictórica de H. Gabriel que (seguindo Gilbert Durand), num regime do imaginário nocturno, com estrutura sintética, hermesiana – diferente do nocturno místico ­–, nos apresenta os caminhos labirínticos, não lineares, da Demanda e da profunda imersão num espaço-tempo sagrado. Creio que a forma escolhida pelo artista – e que radica na sua própria opção artística! – é muito feliz para representar estes caminhos iniciáticos onde sobressaem o símbolo e o mito, já que foge ao simples figurativo que por vezes corre o risco, nestes domínios, de cair num certo kitsch, e opta decididamente por aquilo que poderíamos denominar de um abstraccionismo figurativo, síntese muito interessante e bela onde ambos os registos dialogam, saindo, graças ao talento de H. Gabriel, ambos valorizados, num clima exemplar de bom gosto e de estética apropriada ao tema.

O texto de José-Luís Ferreira é a todos os títulos exemplar, desde logo pela sua inteligência, cultura e erudição que servem a imagem e a valorizam. Mas é muito mais do que isso! De facto, estamos em presença de um ensaio de grande valor que ganha autonomia pela profundidade – e elevação, já que "introrso ascendere"! – da sua reflexão nos domínios da estética, do imaginário simbólico e mítico da filosofia espiritual. Para mim, estamos em presença de um texto dos mais importantes da nossa ensaística nestes domínios, só comparável, no campo do esoterismo, ao Lima de Freitas (1927-1998) de um "515 – o lugar do espelho". E quando pensávamos que com o Ensaísta-pintor já se tinha esgotado este filão –

que mereceu, nos domínios do ensaio, os elogios de nomes como Antoine Faivre (1934-2021) e Gilbert Durand (1921-2012) – eis que José-Luís Ferreira empunha, com galhardia, o facho que já pensávamos extinto e o renova, com criatividade própria e brilho intelectual.

Bem hajam, a ambos, pela grande honra que me deram em escrever estas apressadas linhas sobre uma obra literário-artística – um verdadeiro objecto cultural muito belo! – que vai marcar o nosso panorama cultural, impondo-se e marcando uma etapa nova! Parabéns aos seus autores e parabéns também ao MIL pela coragem que teve em editar esta obra que vai marcar, certamente, o panorama editorial português, de um modo indelével e perene!

José Manuel Anes

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